domingo, 15 de agosto de 2010

Caneca

Pequeno texto que escrevi para uma aula uma vez.

Diga-me o que bebes e te direi quem és.

Um homem sentado entre amigos, cada um segurando uma caneca, cada um tomando uma bebida diferente. Ao olhar dentro da caneca de cada um, tem-se uma idéia do tipo de pessoa, apenas pela bebida que este consome.

Um deles toma água, sabe-se logo que é uma pessoa indecisa e talvez meio perdida. Outro toma uma vitamina de frutas, tira-se disso que é alguém preocupado com a saúde. Mas o que nos interessa mesmo é o homem citado no início. Sua caneca, agora vazia, ainda apresenta o cheiro forte da tequila misturada com Sprite. Seu copo se esvaziou rapidamente, e, com este, sua cabeça outrora cheia de pensamentos. A bebida forte começa a lhe subir ao cérebro, embaralhando suas idéias e alterando suas emoções.

Sabe-se que este homem não durará muito tempo de pé, ninguém agüentaria muito tempo bebendo assim. E é exatamente por isso que logo se percebe a profundidade desta pessoa: não se sabe ao certo se é alguém desesperado tentando fugir dos problemas ou se simplesmente é extremamente impulsivo.

Talvez este homem seja eu, alguém perdido em pensamentos e sem saber exatamente o que fazer com todos eles. Enquanto não se decide, por que não brincar de embaralhá-los? Assim como em um jogo de cartas, onde se embaralha tudo torcendo para a próxima mão vir melhor.

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